domingo, 16 de setembro de 2018

Irmãozinho de coração adaptação teatral

Boa noite!

Para ler e conhecer uma bela história criada pelo escritor Raní de Souza. Ao final tem o endereço eletrônico do texto original para  você comparar.


Adaptação teatral do conto  "Irmãozinho de coração"

Fundo musical 
NARRADOR:  Era uma vez, não era duas ou três, mas sim uma noite muito linda, um céu cheio de estrelas. Um banco e uma folhas de jornal. Um menino mal vestido e um pouco sujo.
CIDI: (Olha triste para o céu, muito pensativo... Fala alto seus  pensamentos.)
– Ai que friagem nesta noite. A fome também ta chegando. (Esfrega as mãos... Olha para o público e fala)
– Eu já tive casa. Tive pai...tive mãe. Nunca me esqueço que antes de dormir dizia “Bênça” pai! “Bênça, mãe!”
(Música alegre, sons de passarinhos para introduzir um lindo amanhecer.)
MARIE: (Chega na sala de pijama.)
– Bom dia sol! Bom dia passarinhos!!  Bom dia,mamãe! Bom dia, papai!
DONA DALVA - MÂE: - Bom dia, Marie! Vai logo escovar os dentes, filha!  Ontem você quase perdeu o ônibus!
WILL - PAI: - Dormiu muito bem, Marie! Mas sua mãe está certa! Vamos lá, vamos lá “Marrí”, linda do papai.
MARIE:  - Já tô pronta.  Tchau pai, tchau mãe.
WILL: - Se cuida, Marrí! Você tem uma quadra movimentada até chegar à escola!!
(Sai para a rua ...)
– Hoje a aula vai ter Artes. Eu vou adorar fazer um desenho lin-do!!  Adoro estudar. Mas quando tem Artes eu nem vejo o tempo passar!
(Sai do palco.)
(Música para passar o período de aula.)
MARIE:  - Hoje eu me atrasei e perdi o ônibus. Não faz mal, eu espero o próximo ônibus e depois explico pra meus pais o atraso.
- Olha! Um menino  deitado no banco. Oi, o que faz aí sozinho? Tá perdido? 
CIDI: (De cabeça baixa.) – Sim... tô há muito tempo.
MARIE: -  Vem, vamos até lá em casa fazer um lanche!
CIDI: - Vô mesmo, a fome ta graaande!
MARIE: - Olha, vem vindo o ônibus. Vamos nessa!
(Barulho de ônibus.)
MARIE: - Vamos descer aqui. Minha casa fica logo ali. Me conta de sua vida.
CIDI: - Me chamam de Cidi. Meu nome é... Aparecido! Eu tinha casa, tinha pai e mãe. A gente morava no interior. Certa noite teve um assalto e meus pais que eram os caseiros da fazenda foram mortos. Foi muito triste.
MARIE: - Só imagino. E daí?
CIDI: - Os patrões não quiseram ficar comigo e me botaram num orfanato. Lugar feio, mal cuidado... Gente que não se importava. Fugi. Fico por aí... nas ruas...
MARIE: (Sorrindo!) – Não fica triste Cidi, eu prometo ser tua amiga.
(Chegando em casa.)
MARIE:  – Eu moro aqui!

CIDI: – Meu Deus, que casarão! (Deu um passo pra trás...) 
MARIE:    Não tenha medo, tá tudo bem. Oba! A mãe já tá em casa. O pai chega mais tarde.
D. DALVA: –  Oi Marie ! Quem é?
MARIE : –  É um amigo que conheci e convidei ele pra fazer um lanche.
NARRADOR: -  Dona Dalva ficou preocupada , viu que o menino era de rua, mas ao mesmo tempo ficou impressionada com a atitude da filha. Mas mesmo assim não demonstrou espanto.
D. DALVA:  – Venham crianças comer o bolo!!
MARIE:  – Vem Cidi. Minha mãe faz um  bolo de chocolate que é uma delícia.
CIDI: (Meio acanhado...) – O...obri...ga...do!
MARIE: - Mãe, encontrei  Cidi na praça e ele me contou sua  história.É muito triste. Depois te conto. Mãe, ele podia tomar banho e dormir aqui em casa. Deixa, vai!!!
D. DALVA:  – Tudo bem, crianças. Já já pro banho,   que vou preparar o quarto de visitas e depois o jantar!!
(Música para intervalo. Chega o marido. Dalva conversa com o marido.)
DALVA:  – Então foi isso que aconteceu, Will.
WILL:  – Beleza! Marie sempre teve coração grande. Ela é muito especial. Não tem problema nenhum se o garoto dormir aqui.
DALVA:  – Que foi, ficou pensativo...
WILL:    Lembrei que  Marie queria ter um irmãozinho... Mas nós não podemos ter  mais filhos...
NARRADOR:  – O tempo foi passando... Já fazia três semanas que Cidi estava na casa da família de Marie. O garoto tinha noção de que estava importunando aquele lar.
CIDI:  – D. Dalva, sei que era para eu passar apenas uma noite aqui em sua casa. Mas já faz três semanas que estou aqui. Se estiver dando algum trabalho é só a senhora falar que eu vou embora! Eu me sinto um intruso. Como poderia continuar aqui?
DALVA:    Converso melhor uma outra hora, tenho que ir  trabalhar. Tchau, qualquer coisa pede pra Cláudia que ela te atende.
(Música infantil – aparece Marie e Cidi brincando de pega-pega, e outras, brincavam muito. Ver!)
DALVA (No telefone.) – Will, hoje Cidi me falou que já ficou  muito tempo em nossa casa. Três semanas e que queria ir embora.
WILL:  – Sim, mas parece que ele se acerta bem com a Marie.
DALVA:    Eu também acho.
WILL:  – Querida, nós estamos cheios de serviço hoje. Que tal falarmos outra hora?
DALVA: – Tá bem,  tchau.
(Em casa.)
WILL: - Dalva, vim mais  cedo para conversarmos. Claudia, onde estão as crianças?
CLAUDIA: - Eles estavam brincando no pátio, mas agora não estão mais lá!
NARRADOR: - Enquanto isso, Marie e Cidi brincavam de explorar a mata, mas não tinham se dado por conta que estavam longe de casa e perdidos, mas continuaram brincando muito alegres. Preocupados, os pais de Marie começaram a procurá-los.
Depois de horas procurando, encontraram-nos a cinco quadras da casa.
DALVA: -  Marie, Cidi!! Onde andavam?
WILL: - Nunca mais saiam sem avisar! É muito perigoso.
DALVA:  – Marie, isso não se faz, vai ficar de castigo! (Ela sai chorando...)
CIDI:    Eu sou culpado por ter dado a ideia da brincadeira, depois de tudo que vocês fizeram por mim. (Dizendo isso saiu.)
WILL:  (Olhando pela janela ) – Dalva, Cidi está indo embora. (Sai atrás dele.) – Ei, aonde você pensa que vai, rapazinho?
CIDI:      Desculpa senhor, vou embora, já causei  muitos problemas pra sua família. Você não vai embora, não! Entre, o jantar já está servido.
NARRADOR: - Passaram-se dias, meses, era o dia do aniversário de Marie. Completava 10 anos.
MARIE: – Mãe, pai, eu não quero festa. Não tenho muitos amigos. Uma festa em família já está muito bom.
No dia do almoço...  (Mesa arrumada, balões, bolo...)
CIDI: – Nossa, que festa linda, meus pais nunca puderam me dar uma festa assim. (E fica triste.)
MARIE:    Não fique assim, aqui todos gostam muito de você. Seu pai e sua mãe, onde quer que estejam ,  devem estar muito felizes. Venha comer!!
CIDI: –  Espere, tem uma coisa pra te dar. Tome, era da minha mãe.
MARIE: - Eu não posso aceitar.
CIDI: - Não, não, é seu esse colar.
DALVA: - É hoje um dia muito feliz. Vamos festejar.
(Todos sentam à mesa, se servem felizes, música de aniversário.)
WILL:  – Um minuto de atenção! Tenho algo muito importante para entregar para minha filha! (E entrega um envelope de ofício -)
MARIE: - Hum...  que será isso. (Leu... Pulou de felicidade) – Pai, mãe, não podia ter ganhado melhor presente. Cidi!  De agora em diante, você é oficialmente meu irmão!! Oba!!!
CIDI: - Oba!!  (E pularam de contentes.)
DALVA: - Will, não sabia que tinha feito os papéis de adoção. Estou muito feliz!
MARIE:    Ele é meu irmão desde o momento em que vi deitado naquele banco.
NARRADOR: - A família aumentou de tamanho e de felicidade, pois era o melhor presente que Marie havia ganhado em sua vida. Uma menina cheia de amor em seu coração, tudo que é pequeno, além de qualquer gesto é feito com carinho, não se compra, não se vende, apenas cresce.
Conto de Raní de Souza e Alexandra Rauch de Souza, 24/07/2014








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