segunda-feira, 24 de abril de 2017

Texto Preto no Branco - Interpretação

Leia o texto.


PRETO E BRANCO”, de Fernando Sabino

Perdera emprego, chegara a passar fome, sem que ninguém soubesse: por constrangimento afastara-se da roda boêmia que antes costumava frequentar - escritores, jornalistas, um sambista de cor que vinha a ser seu mais velho companheiro de noitadas.

De repente, a salvação lhe apareceu na forma de um americano, que lhe oferecia emprego numa agência. Agarrou-se com unhas e dentes à oportunidade, vale dizer, ao americano, para garantir na sua nova função uma relativa estabilidade. 

E um belo dia vai seguindo com o chefe pela Rua México, já distraídos de seus passados tropeços, mas, tropeçando obstinadamente no inglês com quem se entendiam - quando vê do outro lado da rua um preto agitar a mão para ele. 

Era o sambista seu amigo.

Ocorreu-lhe desde logo que ao americano poderia parecer estranha tal amizade, e mais tarde: incompatível com a ética ianque a ser mantida nas funções que passara a exercer. Lembrou-se num átimo que o americano em geral tem uma coisa muito séria chamada preconceito racial e seu critério de julgamento da capacidade funcional dos subordinados talvez se deixasse influir por essa odiosa deformação. Por via das dúvidas, correspondeu ao cumprimento de seu amigo da maneira mais discreta que lhe foi possível, mas viu em pânico que ele atravessa a rua e vinha em sua direção, sorriso aberto e braços prontos para um abraço.

Pensou rapidamente em se esquivar - não dava tempo: o americano também se detivera, vendo o preto aproximar-se. Era seu amigo, velho companheiro, um bom sujeito, dos melhores mesmo que já conhecera – acaso jamais chegara sequer a se lembrar de que se tratava de um preto? Agora, com o gringo ali ao seu lado, todo branco e sardento, é que percebia pela primeira vez: não podia ser mais preto. Sendo assim, tivesse paciência: mais tarde lhe explicava tudo, haveria de compreender. Passar fome era muito bonito nos romances de Knut Hamsun, lidos depois do jantar, e sem credores à porta. Não teve mais dúvidas: virou a cara quando o outro se aproximou e fingiu que não o via, que não era com ele.

E não era mesmo com ele.


Porque antes de cumprimentá-lo, talvez ainda sem tê-lo visto, o sambista abriu os braços para acolher o americano - também seu amigo.



Responda as questões abaixo com respostas completas e claras:

1- Por que o personagem afastou-se dos amigos?  
2- Por que para o personagem, o americano poderia estranhar a amizade entre ele e o sambista? 
3- Qual a reação do personagem frente ao cumprimento do amigo? 
4- Por que o personagem entrou em pânico? 
5- Por que o personagem achou seu amigo mais preto? 
6-Você acredita que exista preconceito racial no Brasil?Já vivenciou alguma situação parecida? 
7- O desfecho da narrativa é inesperado. Se soubesse desse desfecho, o personagem teria tomado a atitude que tomou?
8-  Sem alterar o sentido da oração em que se encontra, a palavra “átimo” (l....) pode ser substituída, por
A) intuito. C) instante. B) instinto. D) intento



Produção de texto

A Declaração Universal dos Direitos Humanos proclama que "todos nascemos livres e iguais em direitos e dignidade e que sendo dotados de consciência e razão devemos agir de forma fraterna em relação aos outros." Por sua vez, consagrando os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade, a Constituição da República Federativa do Brasil assevera que “todos somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo -se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. 

No entanto, apesar de toda a legislação, o preconceito e a discriminação persistem e ferem, de forma aviltante e injusta, uma boa parcela da população. Dentre tantas formas de discriminação e preconceito, permanece ainda aquela de cunho étnico ou racial, ou seja, aquela baseada em características físicas ou supostamente herdadas. 

Há lugares no mundo em que o preconceito racial é escancarado sem nenhum pudor, em outros, como no caso do Brasil, ele é dissimulado, sutil, quase imperceptível, o que mascara as práticas discriminatórias e aponta para a ilusão da democracia racial. 

Considerando o texto de Fernando Sabino, (Texto 1), e as considerações acima, redija um texto opinativo a respeito do seguinte tema: O “jeitinho” brasileiro de disfarçar o preconceito racial.

Bom trabalho!

 Profª Elisete

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Como fazer uma História em Quadrinhos

COMO FAZER UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS


Um belo dia a professora Elisete chega na classe e pede:
“Queridos alunos, quero que vocês façam uma história em quadrinhos sobre 

“O  BULLYING” ou

"Um dia na vida de um adolescente"

E aí?
Para ajudar, pesquisei este conjunto de dicas.
 
É mais fácil do que muita gente imagina. Você vai até se orgulhar do seu talento!

Primeiro, um exemplo prático. Veja:

1. Primeiro quadrinho:
Desenho – Professora na frente da lousa
Balão – Oi, classe! Quero que cada um faça uma história em quadrinhos!

2. Segundo quadrinho:
Desenho – Todos os alunos sentados em suas carteiras com cara de assustados.
Balão geral – OH, NÃÃÃO!


3. Terceiro quadrinho:
Desenho – Close de um menino ou menina (você), cara preocupada.
Balão – E agora?





Viu só?
Para facilitar, primeiro faça um ROTEIRO, assim como o exemplo acima, colocando no papel como será a história toda.
Depois, faça as contas!
Isso mesmo. Veja quantos quadrinhos sua história inteira vai ter. Aí tente descobrir de quantas páginas ela precisa.
Exemplo: 12 quadrinhos.
Aí eu posso colocar em 2 páginas, 6 quadrinhos em cada uma.
Dividindo uma folha de sulfite ao meio, posso fazer uma CAPA na primeira página, deixar a história na segunda e terceira, colocar meu nome e série na quarta, a última.
 Mas isto é só um exemplo. Algumas professoras já dizem se querem uma página ou apenas uma TIRINHA (história bem curta que é só uma tira mesmo, como as dos jornais).
A “cara” da história
Quando você pensa na disposição e no formato dos quadrinhos, calculando as páginas, está fazendo uma coisa que se chama DIAGRAMAÇÃO.
“Diagramar” é decidir a forma e o tamanho dos quadrinhos, lembrando que um pode ser o dobro dos outros e ocupar uma tira inteira, por exemplo.



Outro pode ser pequeno, somente com um “som” do tipo “TUM”, “CRÁS”, “NHACT”…
Ai! Não sei desenhar!



Se você acha difícil desenhar ou inventar personagens, não se preocupe. Qualquer coisa que existe pode virar um personagem de quadrinhos. Mesmo bem simples. Basta um par de olhos, duas pernas ou qualquer característica dos seres humanos para “animar” algo que não tem vida.
Quer um bom exemplo? Uma esponja-do-mar virou um dos personagens mais famosos do mundo, não é mesmo? 

O criador do Bob Esponja foi muito criativo! Então, comece a observar alguns personagens por aí. Nas propagandas, logotipos de empresas, mascotes de times de futebol…Outra coisa: não precisa ser um desenho. Você pode fazer uma colagem para criar seu personagem. Um triângulo é o corpo, uma bola é a cabeça. Quem sabe até uma bola de futebol ou de basquete… se for um cara fanático por esportes…
Quando você começar, vai perceber que sua imaginação achará boas idéias.
Mão na massa!
 
Dica importante: para fazer cada quadrinho, comece pelo texto (balões dos personagens).
Depois faça os desenhos. Sabe por quê? Porque, geralmente, a gente se empolga com o cenário, os personagens, e depois não cabem mais os balões. Fica tudo encolhido e ninguém consegue ler direito.


 Outra sugestão:
Se quiser, faça os quadrinhos em papéis já recortados e depois cole-os numa folha preta, deixando espaços iguais entre eles.
Em vez de preta, escolha a cor que preferir, sempre contrastando com a dos quadrinhos para ficar legal.
 
As letras
Use apenas letras MAIÚSCULAS.
Capriche bem nas letras para ficarem mais ou menos do mesmo tamanho.
Você pode destacar palavras importantes ou gritos com cores mais fortes, assim como usamos o NEGRITO (N) no computador.
Escreva as letras antes de fazer o balão em torno delas.

TIPOS DE BALÕES



Onomatopeias

Hein? Isso mesmo: “onomatopeias” são palavras que imitam sons.
Veja algumas delas.
FORA DOS BALÕES:


Final da história
O final é muito importante. É o desfecho do seu trabalho. Imagine que todo leitor gosta de uma surpresa no final.
Coloque a palavra “fim” no último quadrinho.
 
O título
Quando souber como será sua história, invente um título para ela. Lembre-se de deixar espaço no início da primeira página.
Não complique!
Cena complicada demais pra desenhar?
Pense em outra. Sempre há uma solução mais simples…
Frase comprida demais? Tente cortar o que não faz falta.
Finja que está dizendo a mesma coisa, mas com pressa.
Este é um bom truque.
 – QUERIA TE CONVIDAR PARA VER UM FILME NO CINEMA PERTO DA MINHA CASA
o melhor seria:
– VAMOS AO CINEMA?

Faça a lápis primeiro.
Assim dá pra mudar algo errado, diminuir o textos, estas coisas.

Dica de Português

Sempre coloque vírgula entre o VOCATIVO e o resto da frase.
Exemplos:
Oi, turma!
Mãe, você deixa eu brincar?
Gente, vamos jogar bola!
Pára com isso, menina!
Vocativo é a pessoa ou pessoas com quem o personagem fala. (Invoca).

É bom saber sobre isto tudo!

Pesquisado no endereço:

https://veele.wordpress.com/como-fazer-uma-historia-em-quadrinhos/


Resumindo:

Há necessidade de se planejar a confecção da história em quadrinhos
 a)    pesquise sobre o tema, em jornais, revistas, livros ou internet (guarde todas as fontes consultadas para que conste do trabalho);
b)    faça um rascunho da história, com o esboço dos personagens e da história;
c)    desenhe em folha de papel sulfite e use o material que você mais gostar de utilizar para colorir;
d)    há possibilidade de se fazer uso de colagem, de histórias em quadrinhos;
e)    você pode usar programas de computador que façam histórias em quadrinhos;
f)      faça uma capa com um papel mais forte, tipo cartolina, ponha seu nome, o título da sua história e um desenho ilustrativo;
g)    no final de sua revistinha acrescente a bibliografia (todas as fontes que você utilizou para fazer o trabalho).

Bom trabalho
Profª Elisete, 10-04-17, 16h46