Oi,
como está a leitura de livros? Evoluindo? Dê uma chance para seu livro. Ele o espera. Ok?
Os neurônios do cérebro também precisam ser exercitados. Hehehehe...
Alô, Gabrielli, como está indo a leitura de Olhai os Lírios do Campo?
Olá, Maria Luiza, está decifrando "Noite" de Erico Verissimo?
Olá, todos os meus discípulos, minhas discípulas, amantes da leitura. Estou feliz com vocês.
Mais do que ler um best-seller do tipo "Como eu era antes de você" cuja versão está "bombando" no cinema,.. é bom descobrir e valorizar os grandes autores brasileiros pelos quais você, além de conhecer nossa literatura, também conhece nossa cultura e a nossa história como pano de fundo.
Morreu – na madrugada desta sexta-feira – dia 18/07/24., aos 73 anos, o escritor baiano João Ubaldo Ribeiro. Ele estava em sua casa, no Rio de Janeiro, quando sofreu uma embolia pulmonar.
O escritor era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), onde ocupava a cadeira nº 34 desde 7 de outubro de 1993, e da Academia de Letras da Bahia, onde tomou posse em 2012. Ele também era colunista do jornal A Tarde, no qual escrevia para publicação aos domingos. "Sargento Getúlio" e o "Sorriso do Lagarto" são outros livros dele.
Moacyr Scliar
Nasceu em Porto Alegre em 1937 e faleceu em 27 de fevereiro de 2011. É autor de mais de 80 livros, uma obra que abrange vários gêneros: ficção, ensaio, crônica e literatura juvenil. Muitos destes foram publicados nos Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Suécia, Argentina, Colômbia, Israel e outros países, com grande repercussão crítica. Entre outros, recebeu os prêmios: Prêmio Joaquim Manoel de Macedo (1974), Prêmio Erico Verissimo (1976), Prêmio Cidade de Porto Alegre (1976), Prêmio Guimarães Rosa (1977), Prêmio Brasília (1977), Prêmio Jabuti (1988, 1993 e 2000), Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (1989), Prêmio Casa de las Americas (1989), Prêmio Pen Clube do Brasil (1990), Prêmio José Lins do Rego (Academia Brasileira de Letras, 1998). Formou-se em medicina em 1962, especializando-se em saúde pública. Em 1993 e 1997 foi professor visitante na Brown University (Departament for Portuguese and Brazilian Studies), nos Estados Unidos.
Moacyr Scliar foi colunista dos jornais Zero Hora e Folha de S.Paulo e colaborou em vários órgãos da imprensa no país e no exterior. Tem textos adaptados para cinema, teatro, tevê e rádio, inclusive no exterior. Em 2003, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Obras do Autor
Ficção Juvenil:
Cavalos e obeliscos. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1981.
Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Companhia das Letras, 1984.
No caminho dos sonhos. São Paulo: FTD, 1988.
O tio que flutuava. São Paulo: Ática, 1988.
Os cavalos da República. São Paulo: FTD, 1989.
Pra você eu conto. São Paulo: Atual, 1994.
Uma história só pra mim. São Paulo: Atual, 1994.
Um sonho no caroço do abacate. São Paulo: Global, 1995.
O Rio Grande Farroupilha. São Paulo: Ática, 1995.
Crônicas:
A massagista japonesa. Porto Alegre: L&PM, 1984.
Um país chamado infância. Porto Alegre: Sulina, 1989.
Dicionário do viajante insólito. Porto Alegre: L&PM, 1995.
Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar. Porto Alegre: L&PM, 1995.
Ensaio:
A condição judaica. Porto Alegre: L&PM, 1987.
Do mágico ao social: a trajetória da saúde pública. Porto Alegre: L&PM, 1987.
Cenas médicas. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1988.
Se eu fosse Rothschild. Porto Alegre: L&PM, 1993.
Judaísmo: dispersão e unidade. São Paulo: Ática, 1994.
Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996. A paixão transformada: história da medicina na literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
Josué Guimarães
Josué Guimarães (RS, 1921-1986) é considerado um dos grandes escritores brasileiros do século XX, tendo deixado uma obra fundamental como romancista, jornalista e autor de histórias infantis e infanto-juvenis.
Josué Marques Guimarães nasceu em São Jerônimo, no Rio Grande do Sul, em 7 de janeiro de 1921. No ano seguinte sua família mudou-se para a cidade de Rosário do Sul, na fronteira com o Uruguai, onde seu pai, um pastor da Igreja Episcopal Brasileira, exercia as funções de telegrafista. Após a Revolução de 30 sua família foi para Porto Alegre, onde Josué Guimarães prosseguiu os estudos primários, completando o curso secundário no Ginásio Cruzeiro do Sul, mesma escola onde estudou o escritor Erico Verissimo. Ali funda o Grêmio Literário Humberto de Campos, participando ativamente na redação de artigos para o jornal da escola e, igualmente, na produção de textos teatrais que, a cada final de ano, passam a ser encenados na escola. Forma-se em 1938, no curso secundário (hoje ensino médio), prestando em seguida exames para a Faculdade de Medicina. Contudo, após as primeiras aulas de anatomia, sente-se "desestimulado" para dar continuidade àquela vocação. Sempre irrequieto, Josué buscou outros ares.
Em 1939 foi para o Rio de Janeiro onde, no Correio da Manhã, iniciou-se na profissão de jornalista, que exerceria até o final da sua vida. Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra, voltou para o Rio Grande, onde concluiu o curso de oficial da reserva, sendo designado para servir como aspirante no 7° R.C.I. em Santana do Livramento. Em 1940, aos dezenove anos de idade, casou-se com Zilda Marques. Desse matrimônio, nasceram quatro filhos: Marília, Elaine, Jaime e Sônia. Por ser casado, foi recusado como voluntário na FEB (Força Expedicionária Brasileira).
(...)
Atuou como correspondente especial no Extremo Oriente em 1952 (União Soviética e China Continental) e de 1974 a 1976 como correspondente da empresa jornalística Caldas Júnior em Portugal e África. Foi o primeiro jornalista brasileiro a ingressar na China Continental e na URSS como correspondente especial da
Última Hora, do Rio de Janeiro, dirigido por Samuel Weiner. Ainda nessa época, Josué Guimarães escreveu o livro de viagem
As muralhas de Jericó (L&PM).
No jornal Folha da Tarde, em 1954, o escritor lançou uma coluna que assinava com o pseudônimo D.Camilo. Nesse mesmo ano, passou a exercer as funções de subsecretário do jornal A Hora. Ali revolucionou o jornalismo gaúcho ao lado do então diagramador Xico Stockinger. Em 1956, trabalhou como redator da agência de propaganda MPM. Em meio a essa atividade, continuou, em momentos de recolhimento, com a produção de contos e crônicas. Em 1957, foi chamado por Assis Chateaubriand ao Rio de Janeiro para reestruturar o vespertino carioca Diário da Noite, órgão dos Diários Associados.
Como homem público foi chefe de gabinete de João Goulart na Secretaria de Justiça do Rio Grande, governo Ernesto Dornelles; foi vereador em Porto Alegre pela bancada do PTB, sendo eleito vice-presidente da Câmara. De 1961 até 1964 foi diretor da Agência Nacional, hoje Empresa Brasileira de Notícias, a convite do então presidente João Goulart. A partir de 1964, perseguido pelo regime autoritário, foi obrigado a escrever sob pseudônimo e a dar consultoria para empresas privadas nas áreas comercial e publicitária.
Josué Guimarães lançou-se tardiamente – aos 49 anos – no ofício que o consagraria como um dos maiores escritores do país. Seu primeiro livro foi Os Ladrões, reunindo contos, entre os quais o conto que dá nome ao livro, premiado no então importante Concurso de Contos do Paraná (este concurso promovido pelo Governo do Paraná foi, nas décadas de 60 e 70, o mais importante concurso literário do país, consagrando e lançando autores como Rubem Fonseca, Dalton Trevisan, João Antônio, além de muitos outros).
Em 1969, foi descoberto pelos órgãos de segurança da ditadura militar, respondendo a inquérito em liberdade. Retorna à capital gaúcha. Nesse mesmo período foi premiado no II Concurso de Contos do Estado do Paraná pelo conjunto de três contos "João do Rosário", "Mãos sujas de terra" e "O princípio e o fim", que posteriormente integrariam o livro Os ladrões. A essa época sua mulher e companheira é Nydia Moojem, com quem viveu até sua morte. Com ela teve dois filhos, Rodrigo e Adriana.
Sua obra – escrita em pouco menos de 20 anos – destaca-se como um acervo importante e fundamental. Democrata e humanista ferrenho, Josué Guimarães foi sistematicamente perseguido pela ditadura e os poderosos de plantão, mantendo uma admirável coerência que acabou por alijá-lo do meio cultural oficial. Depois de Erico Verissimo é, sem dúvida, o escritor mais importante da história recente do Rio Grande e um dos mais influentes e importantes do país.
A ferro e fogo I (Tempo de Solidão) e
A ferro e fogo II (Tempo de Guerra) – deixou o terceiro e último volume (Tempo de Angústia) inconcluso – são romances clássicos da literatura brasileira e sua obra-prima, as únicas obras de ficção realmente importantes que abordam a saga da colonização alemã no Brasil. A tão sonhada trilogia, que Josué não conseguiu concluir, é um romance de enorme dimensão artística, pela construção de seus personagens, emoção da trama e a dureza dos tempos que como poucos ele soube retratar com emocionante realismo. Dentro da vertente do romance histórico, Josué voltaria ao tema em
Camilo Mortágua, fazendo um verdadeiro corte na sociedade gaúcha pós-rural, inaugurando uma trilha que mais tarde seria seguida por outros bons autores.
Seu livro
Dona Anja foi traduzido para o espanhol e publicado pela Edivisión Editoriales, México, sob o título de
Doña Angela.
Jousé Guimarães morreu no dia 23 de março de 1986.
Obras publicadas:
Os Ladrões – contos (Ed. Forum), 1970
A Ferro e Fogo I (Tempo de Solidão) – romance (L&PM), 1972
A Ferro e Fogo II (Tempo de Guerra) – romance (L&PM), 1973
Depois do Último Trem – novela (L&PM), 1973
Lisboa Urgente – crônicas (Civilização Brasileira), 1975
Tambores Silenciosos – romance (Ed. Globo – Prêmio Erico Verissimo de romance), 1976 – (L&PM), 1991
É Tarde Para Saber – romance (L&PM), 1977
Dona Anja – romance (L&PM), 1978
Enquanto a Noite Não Chega – romance (L&PM), 1978
O Cavalo Cego – contos (Ed. Globo), 1979, (L&PM), 1995
O Gato no Escuro – contos (L&PM), 1982
Camilo Mortágua – romance (L&PM), 1980 (Este romance eu li quando tinha a idade de vocês. Noutra edição é óbvio.
Um Corpo Estranho Entre Nós Dois – teatro (L&PM),1983
Amor de Perdição – romance (L&PM), 1986
Infantis (todos pela L&PM):
A Casa das Quatro Luas – 1979
Era uma Vez um Reino Encantado – 1980
Xerloque da Silva em “O Rapto da Dorotéia” – 1982
Xerloque da Silva em “Os Ladrões da Meia-Noite” – 1983
Meu Primeiro Dragão – 1983
A Última Bruxa – 1987